De ti tenho apenas pequeníssimas e suaves lembranças,
farpas azuis entrelaçadas no tecido tênue da memória:
O topete de garoto, o olhar sonolento, a seda das mãos.
E teu cheiro macho, tua voz, teus dedos, tua língua, tua
espada
a penetrar-me, por
todos as fendas, nas horas leves da madrugada.
O resto é apenas penumbra, paredes brancas, verdes janelas,
Meu corpo ganindo de desejo a oferecer-te águas e montes,
planícies e desfiladeiros, ladainhas e gritos e doído
silêncio.
Do poema “Sob o Signo de Eros”
Ana Maria
Rosa, em novembro de 2012.