quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sob o Signo de Eros - II



        
De ti tenho apenas pequeníssimas e suaves lembranças,
farpas azuis entrelaçadas no tecido tênue da memória:
O topete de garoto, o olhar sonolento, a seda das mãos.
E teu cheiro macho, tua voz, teus dedos, tua língua, tua espada
 a penetrar-me, por todos as fendas, nas horas leves da madrugada.

O resto é apenas penumbra, paredes brancas, verdes janelas,
Meu corpo ganindo de desejo a oferecer-te águas e montes,
planícies e desfiladeiros, ladainhas e gritos e doído silêncio.

                          Do poema “Sob o Signo de Eros”    
                                   Ana Maria Rosa, em novembro de 2012. 

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