ACRÓSTICO BRINCANTE: PJIVM
Pê de poeta porreta, pintoso, e de primorosa poesia.
Jota de José, jornalista de Jequié, Juazeiro e Jeremias.
I de Inácio - Ignácio - ígneo que invade e inebria.
Vê de Vieira, viril, vermelho vibrante, vulcão e ventania.
Mê de Melo, mago, masculino, mulher, musa e mitologia
Eis um poema brincante
Para dessacralizar a poesia.
Sou humilde principiante
E me chamam Ana Maria.RETRATO DE FILHA
Lua Marina,
Minha filha,
Minha lua,
Pedacinho dourado,
Pedacinho azul,
O melhor de mim.
POEMA 22
POEMA 22
Havia 22 corpos no chão.
No chão, havia 22 homens caídos.
Em Corumbá, 22 cabras morreram de tiro.
No meio da estrada, 22 corpos ficaram estirados.
Naquele dia, 22 trabalhadores sem-terra caíram atirados.
Num único dia, cada lavrador ganhou sete palmos de chão.
Em 154 palmos de terra, 22 homens foram plantados sem compaixão
O SHOW
O cartaz:
O desejo.
O pai:
O dinheiro,
O ingresso.
O dia:
A arrumação,
A ansiedade.
A ida:
O ônibus,
O engarrafamento.
O estádio:
A multidão,
A expectativa.
A música:
A dança,
A vibração.
O fim:
A volta,
O vazio.
UNO
Uma foto:
uma criança,
um menino,
um indiozinho,
um ser.
Você e eu.
Todos nós
UNO
Uma foto:
uma criança,
um menino,
um indiozinho,
um ser.
Você e eu.
Todos nós
POEMA DO MAR
Azul,
Azul,
Grande,
Enorme,
Imenso,
Infinito Mar.
Verde,
Verde,
Belo,
Liquido,
Manso,
Misterioso Mar
Cinza,
Cinza,
Frio,
Forte,
Salgado,
Violento Mar.
Negro
Negro,
Fundo,
Escuro,
Profundo
Perigoso Mar.
Azul,
Verde,
Cinza,
Negro,
Grande,
Belo,
Frio,
Fundo,
Eterno Mar.
Ana Maria Rosa maio de 2009.
CARTA PRA MARIA
Maria, ocê é unha prefessora danada de porreta
e sua prosa incantada me fei pegá a caneta
pra lhi falá de um presente tirado de minha gaveta.
Ele veio de longe
veio lá do velho Adro
viajô seis léguas e meia
e está um pouco amassado.
É unha coisa piquena
qui tarvez nem se note,
mai foi o qui pude trazê
já qui num sô muié de posse.
Cumade, ocê tá cum pressa!
Ôchente, vô acabá a surpresa!
É unha cocha de retaio imendada com distreza
Parecida com ocê qui tamém é unha beleza.
Cada retaio desse é sobra de vistido,
qui podi sê dum istranho ou dum ente quirido.
E cada taquim de pano desse pano colorido
traz cum ele unha história e um carinho repartido.
Quem custurô foi mãinha,
muié ligera e prendada,
qui vai ficá toda prosa
agora qui seu trabaio
vai incantá unha fada.
Amiga Maria, esse cobertô
num é coisa fina não,
porém ele tapa o frio
e tem a cara do sertão.
Ispero que esta lhi incontre
cum saúde junto ao seus
nessa linda Rio de Janero
abençuada pur Deus.
Olha, hoje eu estava passeando por aqui, e encontrei seus versos, em prosa poética.
ResponderExcluirSão lindos!
Ana Maria Rosa, fiquei comovido com sua homenagem. Muito agradecido.
ResponderExcluirDestaco também o seu "Poema 22".
Meus parabéns! Abraços.
JIVM